terça-feira, 17 de março de 2009

Ver em pintura, Ver a pintura, Ver a, Vera

Ser em pintura, ser a pintura, alterar, inteirar.
Se não podes me ver nem pintada, serei arteira, matreira em cada recanto desse museu.
"Não te posso ver nem pintado", exposição permanente do Museu Colecção Berardo, propõe um livre percurso pela figuração na arte contemporânea, tendo a figura humana como protagonista.

“Um retrato pintado com a alma é um retrato, não do modelo mas do artista.”

Na foto, uma das obras em exposição: Revelations de Damien Deroubaix .

As renovações no museu passam ainda pela inauguração de uma nova exposição temporária, "Pipedream" ou “sonho irreal e fantástico”. Com esse trabalho, o artista francês Alexandre Perigot apresenta desde pinturas de poços de petróleo em fogo até uma sensual bailarina.


Diálogo com os auto-retratos de Pedro Cabrita Reis e sua pintura espelho.

“…vejo que por detrás das órbitas dos seus olhos se estende um mundo inexplorado, mundo de coisas futuras,
e nesse mundo qualquer lógica está ausente.»

Interagi com a experiência de luz, projeção e imagem-movimento de Ann Veronica Janssen.


Apreciei ainda, na exposição: Andy Warhol com a sua Judy Garland, Francis Bacon com o “Édipo e a Esfinge Segundo Ingres, Giorgi Morandi com sua Natura Morta, David Hockney com seu “Quadro Evidenciando Tranquilidade”, Philip Guston (sem título), e Paula Rego: Vanitas, um tríptico inspirado num conto de Almeida Faria.
As vezes fico na frente de um quadro e tenho medo de cair dentro dele, e sentir todas emoções do pintor, revelar o seu invisível, traduzir o seu mundo…
Foi especial o acesso aos espaços mágicos da poesia dessas pinturas e o contracenar com a magia desses artistas.
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante,chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche" (Charles Chaplin)