
É o que acontece quando você lê o livro Lisboa: o que o turista deve ver. Um guia turístico escrito originalmente em inglês por Pessoa.
A charmosa cidade branca que Fernando Pessoa descreve é exageradamente perfeita, faço o mesmo quando falo de Lisboa para os amigos. Compartilho dessa vontade de exaltar Lisboa para o estrangeiro.
"Sobre sete colinas, que são outros tantos pontos de observação de onde se podem desfrutar magníficos panoramas, estende-se a vasta,irregular e multicolorida aglomeração de casas que constitui Lisboa. Para o viajante que chega por mar, Lisboa, vista assim de longe, ergue-se como a formosa visão de um sonho elevando-se até ao azul intenso do céu, que o sol aviva.(...) Ai está Lisboa."

Pessoa indica ainda, o Teatro Nacional Almeida Garret, hoje chamado de Teatro Nacional Maria II, de onde trago tantas recordações. Ele conduz ainda o visitante pela Avenida da Liberdade, e vai até os jardins do Campo Grande...

Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rossio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.”
Com ênfase no nacionalismo ele nos dá a descrição das figuras exaltadas em monumentos, e cita fatos importantes da história portuguesa, e oferece ainda a ficha dos arquitetos e artistas que assinam a construção dos prédios da cidade.
“Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores ...
À força de diferente, isto é monótono.
Como à força de sentir, fico só a pensar.”

Pessoa demonstra no seu guia, preocupação com a diminuição da importância da capital portuguesa e sua descaracterização diante das demais metrópoles do Velho Continente, o que realmente não tardou a ocorrer. Com toda a visão critica, ainda hoje, reconheço a beleza dos pequenos cantos da cidade, a luz tão aclamada pelos cineastas, os pequenos oásis de verde, e os monumentos que ele tão bem enaltece...
“Pessoa amou Lisboa. Pessoa rima com Lisboa”.
Lis boa! Lis ótima!
12 comentários:
Vera, fiquei encantada com meu cicerone Fernando Pessoa, pois viajei com ele nesta terra que amo, onde tenho raízes profundas.
Passeei na Rua do Ouro, no Rossio. Tomamos café no Chiado, conversamos sobre poemas sobre sua cidade, quis te convidar tbm.
Passei pelo Teatro Maria II, de onde tenho tbm lembranças gostosas. Como disse Peer Gynt, se fossemos infinitos tudo mudaria, e Pessoa continuaria aqui comigo neste passeio que por nada trocaria.
Um beijo Vera, foi muito bom passear com vcs!
Da amiga
Cristina Sauer
Vera, estou de passagem por Lisboa e te conto que me arrepiou teu olhar o mesmo que me persegue pela baixa pombalina. Saudades.
Ah este Pessoa! faz ver as pessoas esta Lisboa com poesia e encanto! Mesmo para quem não pisou nessas terras por ele descritas, nas ruelas e nos cafés, nos traz a sensação de pertencimento, pela leveza/beleza de que nos poe a mesa esta eternização da capital portuguesa!
Bela Vera, Vera bela, só vc para nos colocar diante dos olhos leituras tão prazerozas, alimento tão bom para o espírito e o cérebro!
Amei
BjO flor!
esta cidade que já senti minha, que já amei tanto
cidade que sinto cada vez mais desagradável
cada vez com menos civismo
cidade que vai ficando cada vez mais feia
onde cada vez mais não me reconheço
um rossio, e não só, perto do qual moras e que já foi muito bonito
se a compararmos com outras capitais, sim, eu compreendo
se a compararmos com o que ela foi...
um beijo para ti
e desculpa, isto foram desabafos de quem sente grande desilusão
ps - visitei o teu "site" e gostei de saber-te.
Bem, o pior é a decadência em que Lisboa se encontra! O Fernando Pessoa se visse as paredes todas riscadas e os prédios a cair
tombava de espanto!
Vera,
Que belíssimo blog o seu!
Gostei também da nota sobre o Malba.
Pois fiquei com saudades de Lisboa que conheci em atropelos de medo, fugido do Brasil em 1969, quase um menino, encantado com a patria socialista que era tao cara e tao perigosa. O Brasil era perigoso para mim na epoca e Lisboa tambem. Minhas lembrancas nao sao da bela arquitetura, mas de portas que se abriram para me acolher, malas, escadas,quartos de albergues, conversas com refugiados latino americanos, em especial um Miguel venezuelano que desapareceu, nunca mais deu noticias, e um frio sem fim e os alivios quando saih de lah rumo a Lyon.
Mas seu post iluminou coisas que eu vi sem ver, menina de "ares".
Paz e bom humor, sempre.
Verinha querida,como adorei tudo isso aqui,o comentário da Cris Sauer querida....Pessoa...q/coisa mais linda td isso...Lisboa,Pessoameu poeta querido,vc Verinha...a Vida!!!!!
Bjs e mtoooo carinho!
Marília.
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