quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Museu da Língua Portuguesa

Sei que a maioria dos Paulistas já tiveram o privilégio de conhecer o Museu da Língua Portuguesa, mas apresento-o aos meus amigos, que não moram em São Paulo, e não tiveram a oportunidade de visita-lo.

O museu mostra nossa identidade cultural, e expressão lingüística de uma forma interativa, multimídia, levando-nos a um passeio virtual, nas raízes da lingua portuguesa com as influências das diversas famílias linguísticas.

Você pode usufruir dos quatro andares do prédio da Estação da Luz, visitando: a Grande Galeria, a Galeria das Influências, a Linha do Tempo e o Beco das Palavras. Além das áreas para exposições temporárias, (agora com a Clarice Lispector), terminais multimídias e escritórios de gestão de conteúdo.

No primeiro andar você se depara com “A Árvore de Palavras”, de 16 metros de altura, criada pelo designer Rafic Farah, que conta com palavras de seis mil anos de idade, vindas do indo-europeu. No seu tronco, faixas de luzes produzem sombras, dando a sensação das palavras estarem em movimento.

Fica patente, a importância de chegarmos a acordos ortográficos, já que somos cerca de 200 milhões de pessoas que utilizam a língua portuguesa diariamente em todo o mundo.
Atualmente, o português é a língua oficial de oito países, dos quatro continentes: Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Cabo Verde, Timor Leste e Brasil.


A vitalidade de uma língua é a vitalidade de um povo. Que este Museu amplifique e ressoe a voz da Língua Portuguesa no mundo". (Gilberto Gil)

É um programa imperdível, para repetir várias e várias vezes!
Recomendo!!!

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

"Clarice Lispector-A Hora da Estrela"

Se acaso você ainda não teve a oportunidade de ir ver a exposição:“Clarice Lispector- A hora da Estrela”, não deixe de ir; fica até o dia 02 de setembro no Museu da Língua Portuguesa.

Protelei minha ida, talvez por pressentir o impacto desse momento tão especial...
“Cada coisa tem um instante em que ela é. Quero apossar-me do é da coisa”

A exposição retrata a vida e obra de Clarice Lispector, escritora ucraniana, que foi criada no Brasil desde o primeiro ano de vida, escreveu 26 livros,e foi traduzida em 15 línguas.

“Amo a língua portuguesa. (...) Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida” –


Na exposição você é recebido pela Clarice em preto e branco, e pelas frases intensas, que ficam atrás das imagens de seu rosto.
A próxima sala, totalmente branca com uma cama no centro surge em oposição à primeira sala escura, essa com frases fortes de Clarice nas paredes marcadas em gravura.

“Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou mais completa quando não entendo".


Na cenografia,da terceira sala, que me remeteu a essa pintura de Salvador Dali, você vê duas mil gavetas, dispostas em um gigantesco armário. Você pode abrir sessenta e cinco delas, e cada gaveta traz um pouco da vida da escritora: documentos oficiais, escritas de Lispector, reportagens, fotos, cartas de amigos, fotos dos filhos...
Impressionante!

Sei que os mistérios particulares são a essência da obra de Clarice Lispector, mas tive uma sensação estranha de estar invadindo a vida dela... Não sei explicar, ficava perguntando se tinha o direito, de ver os documentos ali dentro daquelas gavetas, expostos à uma luz intimidante... Havia em mim uma dualidade, admirava todo aquele maravilhoso material, mas me perguntava se a luz não iria estraga-los...
Podia eu ler as cartas deliciosamente carinhosas que ela escreveu para seu marido, o diplomata Maury Gurgel Valente?

Pude ver ainda, para minha alegria, Clarice no único documento que a mostra em movimento, em entrevista dada à TV Cultura no ano de sua morte (1977)
Entre as pérolas da entrevista:"Eu escrevo simples, eu não enfeito”

RECOMENDO!!!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Palo Borracho

Andando pelas ruas de Buenos Aires você se depara com a simpática Palo Borracho. Perguntei para alguns locais o significado da àrvore ser “borracho”(como vocês sabem, significa bêbado), uns disseram que era devido a forma do tronco lembrar uma garrafa, e outros enfatizavam que ele era torto, rsrsrsrs
Independente de quem esteja com a razão, acho que a àrvore fornece uma característica muito peculiar à paisagem de Buenos Aires.


Você identifica o palo borracho pela forma do tronco, que se apresenta mais largo em sua parte central.
No Palo Borracho Blanco, o Amarillo, o alargamento é mais acentuado que das outras espécies dando-lhes uma forma de “botella” (garrafa).

Quando os exemplares tomam uma altura considerável, pode chegar aos 15 m!

Na Argentina é comum você encontrar ninhos de pássarinhos, nessa árvore, já que seu tronco cheio de espinho pode proteger as crias, dos depredadores.
Adorei!
Beijares e abraçares

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Malba-Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires

Estar em Buenos Aires com um Argentino, apreciador da arte é um privilégio! Ainda mais quando as fotos são tiradas por ele: Gustavo Suárez. Compartilho nossa ida, ao Malba (Museu de Arte Latino- americana de Buenos Aires), inaugurado em 2001, que mantém a coleção Constantini em seu acervo oficial.


O Malba abriga uma rica coleção de quadros e esculturas, são mais de 222 peças, colecionadas por Eduardo F. Constantini desde 1971, se constituindo como a mais completa visão da arte do século 20 na América Latina. Os brasileiros estão em peso no Malba: Tarsila do Amaral, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Antônio Dias, Wanda Pimentel, Nelson Leirner, e Waltercio Caldas, entre outros.




Dentre as obras representativas do museu adorei ver um dos mais famosos trabalhos da mexicana Frida Kahlo, Autoretrato com chango y loro (1942), em que ela está com um macaco e um papagaio nos ombros, e Manifestación (1934), de Antonio Berni. Esta última me impressionou pela destreza das cores e pelos fortes traços dos rostos humanos.


Foi um grande prazer ver de perto,uma das obras mais importantes do modernismo, Abaporu (1928), de Tarsila do Amaral! O quadro que serviu como inspiração e como síntese do Manifesto Antropófago criado pelo Oswald de Andrade.
Foi uma tristeza,constatar que um quadro tão importante para o nosso País,é coleção permanente do Malba.
Sim. É triste perceber que nosso País não está capacitado para conservar sua própria história e que deixamos ir embora um patrimônio dessa grandeza!

Quanto ao Museu Malba: Recomendo!!!

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Michelangelo Antonioni

O cinema europeu ficou sem duas das suas mais significativas personalidades, Antonioni, morreu algumas horas depois do diretor sueco, Ingmar Bergman. Devo muito, de minha formação a esses dois ícones da avant-garde!
Michelangelo Antonioni, foi uma das mais fortes referências artisticas em minha vida. Com suas tomadas de cenas longas, a ação cortada ao mínimo, o estilo abstrato, o diálogo esparso e com uma implacável exploração das doenças existenciais do homem moderno, esse grande explorador da expressão foi uma presença constante.
Agradeço com amor e arte!