sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Alguns momentos com Nuno Rebelo

“Na medida em que sou artista, quero um mundo onde a beleza seja o vértice da pirâmide.”

A inteligência artística não fica indiferente às descobertas do Nuno, que liberta nossos ouvidos e impõe um novo sentir.
Gosto do aspecto questionador no trabalho do Nuno em que ele recorre às composições experimentais de música para performances, dança, teatro e cinema.
Quando vim para Lisboa, em 1988, conheci o som do Nuno, com o grupo: Mler Ife Dada, onde ele foi reconhecido como referência de som progressivo. Depois fui assistir, creio que tenha sido em 1993, no Chapitô, o Poliploc Orkestra, que companhava com música ao vivo os filmes mudos: Nosferatu, de Murnau e Douro, Faina Fluvial, de Manuel Oliveira. Havia toda uma ambientação teatral e o Nuno regia tudo, com uma estética nova e de fresca inspiração.


Gosto de rever certas passagens da vida, unir passado e presente, o tempo não degrada, pelo contrário, enriquece-a num esforço de perfeição contínua, parece ao acaso, mas é intencional.
No final do ano passado esse“acaso intencional” levou-me ao vídeo:
“it will be what we make it” “as part of “Performing the space “



E agora, Janeiro de 2009, fui assistir no primeiro dia do festival, dedicado à novas formas de fazer jazz, o Nuno Rebelo e Gregor Asch, aka Dj Olive, no Cultugest.
Gosto de procurar novas fontes de inspiração , que esteja em ressonância com minhas afinidades... O Nuno desperta essa busca em meu mundo.
Nessa semana fomos Gustavo e eu jantar na casa do Nuno e da Cathrin. Creio que não consigo por em letra redonda e por inteiro, esse nosso encontro que foi saboreado com ética, estética e dietética.
Foi bom conversar saboreando as massas deliciosas da Casa da Pasta que levamos (www.casadapasta.com) bebendo vinhos que a Cathrin gentilmente escolheu e uma sobremesa que o Nuno fez, hummm...
Em meio às observações artísticas e sensíveis da Cathrin, e ao humor inteligente do Gustavo, o Nuno mostrou-nos as partituras e o cd do trabalho de composição, que fez para o coreografo Mark Tompkins, com quem trabalha regularmente desde 1994. Adorei!
Estar no estúdio do Nuno a conversar, foi uma hora mágica. Acho cada dia tão único, tão virgem, que vivo em pleno o sabor do momento.
Fui embora com a boa sensação de preservar a sinceridade em relação ao sentimento profundo, nas amizades que estimulam a criação e no sentir até o fim da vida o ardor pela arte que nos leva a aprender e experimentar.

2 comentários:

Artur disse...

Vera, fiquei vendo o video e imaginando a cena ao vivo. Aquelas sombras, a sonoridade propria daquele espaco - um subterraneo ou castelo, pedras, largas alvenarias - e as possibilidades sonoras e dramaticas. achei sabor de novo na performance. Gosto bem menos quando se parte para o computador onde a experiencia viva parece ganhar pobrezas. Pode ser meu lado dinossauro. Mas a vida de sonoridades vivas, o instante de sua criacao me impressionaram. Bom sempre quando vc vem com essas surpresas sensiveis.

Walmir disse...

Vera, aqui eh Walmir, e o comentario abaixo ou acima, nao sei como vai sair, eh meu. O pc estava aberto na conta do meu filho/enteado Arthur, e embarquei.
beijo.