terça-feira, 10 de novembro de 2009

Palavras de Francis Ford Coppola

A exibição de "Tetro", que teve estréia mundial em Cannes, foi no domingo, no Estoril Film Festival, o cineasta deu uma palestra para o público.
Segue uma seleção das palavras de Francis Ford Coppola, no Estoril Film Festival:
"Tetro, corresponde àquilo que eu quero fazer agora. Ou seja: filmes mais pessoais. Não exatamente um filme autobiográfico, até porque se trata, no essencial, de uma ficção. Seja como for, é verdade que há algumas semelhanças com a história da minha família, ainda que nada tenha acontecido daquela maneira. Em qualquer caso, trata-se de um filme muito pessoal."

"Faço tudo de coração e com muito entusiasmo. O cinema continua tão interessante e tão vivo que é sempre um prazer. Não cometam o erro de pensar que não há mais nada para inventar ou saber no cinema", aconselhou.

Coppola acredita que o cinema vive uma fase de grande transformação, com muita pressão e competitividade e, afirma que a salvação não está apenas nas novas tecnologias e no 3D. "Tenho fé no seu futuro e espero estar vivo para poder ver todas as mudanças acontecerem", disse.

"O filme é um drama familiar sobre o clã Tetrocini, contado a partir da história de dois irmãos, Angelo e Benjamin, que se reencontram em Buenos Aires depois de anos de separação, exorcizando um passado que vai surpreendê-los e aproximá-los.
"Tetro é uma continuação daquilo que eu fazia antes do sucesso de O Padrinho (1972). Aliás, nunca achei que ia ter sucesso. Pensava que conseguiria ir fazendo pequenos filmes como The Rain People ou The Conversation (O Vigilante, 1974) . E quando precisasse de dinheiro, por causa dos meus filhos, então faria um filme de terror...."

"Nunca pensei que ia ser um cineasta de Hollywood: isso foi um acidente." Faz mesmo questão de lembrar que o primeiro Padrinho nem sequer nasceu na zona de Los Angeles: "De facto, o filme foi rodado em Nova Iorque e o estúdio ficava na Califórnia. Aliás, o estúdio não apreciava o modo como eu estava a encaminhar o projecto, filmando em cenários reais, de tal modo que todas as semanas se dizia que eu ia ser despedido."
"Gostei do filme de Julian Schnabel, O Escafandro e a Borboleta. Gosto normalmente dos filmes dos irmãos Coen, não tanto o que ganhou os Óscares (Este País não É para Velhos), mais o Destruir Depois de Ler."

"Gosto de muitos jovens cineastas americanos e também, por vezes, de grandes filmes comerciais: por exemplo, achei interessante Homem de Ferro. E houve aquele filme estúpido, sobre um cão, chamado Marley & Eu, que me tocou porque, de facto, era a história de um casamento."

Coppola disse ainda, que Tetro era “o filme mais bonito” que já tinha feito, bem como um “projeto muito pessoal”.

4 comentários:

José Antônio de Ávila disse...

Muito especiais as frases selecionadas e também mui sensatas as observações de Coppola!

Serenade disse...

Fiquei feliz com sua presença José Antônio.
Agradecida!
Beijares e abraçares

Walmir disse...

Minha menina de ares, Copolla fez o Poderoso Chefão, Padrinho em português, e depois tudo que faz tem de ser comparado àquela obra extraordinária de boa. Uma obra assim é ímã. Buraco negro. Vejo outros filmes dele e, por trásde tudo está a sombra do Padrinho.
Walmir
http://walmir.carvalho.zip.net

Serenade disse...

É verdade, Walmir! É sempre tão bom ter você por aqui, que fiquei até sem ares...
Beijos