sábado, 24 de novembro de 2007
Na minha visita a Berlim o que mais me impressionou foi ver em vários e diferentes lugares obras, parece que toda a cidade vive a reconstrução e a busca a uma identidade como cidade unificada.
Berlim comemorou agora em novembro os 18 anos da queda do muro, a cidade que nunca mais foi a mesma, abriu-se ao mundo. As duas Alemanhas, separadas durante anos, voltaram a ser apenas uma e nas suas inúmeras mudanças Berlim revela-se nova cidade.
Revendo um pouco o passado, voltamos há trinta anos atrás, onde na Alemanha de leste, ser underground era ser contra o sistema, ser ostpunk (punk do leste) e, ao mesmo tempo, pintor, performer e ativista político.
Já do lado da Alemanha ocidental, embora tivessem liberdade para falar e participar muitos artistas e músicos rejeitavam também a cultura limpinha e democrática, que lhes entrava pela casa adentro.
O que representava ser underground , de um e de outro lado do muro, nos anos oitenta, em Berlim, parece não fazer mais sentido e agora você percebe esse modo de vida sendo questionado pelos artistas.
Foi na década de noventa o momento de reconstrução e euforia na busca de uma identidade própria para a cidade unificada. A cultura underground berlinense teve então seu auge, onde o charme da decadência imperava num clima imaginário de pós-guerras.
Hoje a mudança vertiginosa de Berlim e o espaço para a vida alternativa, que era tão atraente para tantos, diminuiu e já começa a se incorporar no todo da cidade.
As multinacionais da área de comunicação, tem um plano de reabilitação das margens do rio Spree, o projeto Media Spree, A Universal, a MTV e a operadora de celulares O2, são apenas algumas das que disputam os terrenos e armazéns ocupados por galerias de arte, salas de concertos, associações, cooperativas, comunas, ateliers, bares, e o que não sabemos é para onde irá a cultura underground de Berlim.
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2 comentários:
pois me dão inveja estas andanças germânicas, querida Vera.
Fiquei uns dias sem vir cá, atormentado por preguiças, agora vou recuperando o tempo de uma só vez.
Paz e bom humor sempre, e muitos "ares".
estas suas andanças pelo mundo são verdadeiros presentes p/ nós, um olhar mais intimista da realidade do mundo longe do que nos contam os meios de comunicação que são em sua grande maioria tendenciosos.
BjO enorme!
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