quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Terra gira desde há 3500 milhões de anos


«A Terra gira desde há 3500 milhões de anos. A humanidade vive desde há um milhão de anos. A história das civilizações humanas dura desde há 10.000 anos sem que seja contínua ou evolutiva. A parte civilizada, artística, noética, literária, não constitui mais que uma fracção imperceptível da experiência da espécie Homo. Imperceptível pela própria espécie em geral. Houve apenas algumas obras, alguns objectos, alguns sons, alguns livros, alguns muros vislumbrados por alguns homens que se inclinam por vezes, da frente para trás.»
[in As Sombras Errantes, de Pascal Quignard, trad. Maria da Piedade Ferreira, Gótica, 2003]

4 comentários:

Arte e Prosa de Rubens Prata disse...

"...A parte civilizada, artística, noética, literária, não constitui mais que uma fracção imperceptível da experiência da espécie Homo..."
Tenho que considerar também, que é justamente esta parte ínfima da humanidade, que mais contribuiu para a mudança de conceitos na existência humana.

Walmir disse...

Pois Vera,
essas realidades são por demais. E tem horas que ficamos tão orgulhosos, é ou não? Um tempinho assim, minuto de segundo nas eras universais, e nos damos como "os caras". Muito boa recomendação, minha querida de "ares". Beijo

Unknown disse...

este homo tão pequeno
tão insignificante diante da vastidão do universo.....
mas cintilante como as estrelas e tão especial qd despido d egos e vaidades e posto consciente de sua insignificância

Eunice Boreal disse...

"Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo
de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono
de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra."

F. Pessoa